Sentar em roda, compartilhar informações e sentimentos é uma das facetas mais interessante da humanidade. Seja de mãos dadas para uma prece ou em reunião para decidir tarefas do dia a dia, sempre estamos em contato com grupos. Para algumas pessoas estar em grupo é uma forma de se conectar, de compartilhar, de ter confidentes; já para outros é uma tarefa árdua, pois tem dificuldade de se integrar. Para mim, é um resgate, sempre estive em grandes círculos, seja de dança, meditação, com amigos ou familiares, me sinto bem em conhecer um pouco de cada pessoa e animada em absorver um pouco de cada um e transmitir um pouco de mim também.
Ancestralidade
Não importa a cultura, sempre estaremos nesse grande círculo de resgate, de companheirismo e conexão. Ancestralidade já nos remete a sabedoria, ao conhecimento e cultos de entendimento dos processos naturais, razão pela qual está bem ligado a resgate e estar presente com seu sentimento.
Estarmos em círculo para resgatar informações, nos conectar com os outros, transformar emoções, pertencer a um coletivo que vibra na sua energia e te ajuda a se compreender através deles é uma dádiva.
Vivências
Vivências podem ser realizadas em consultório como terapia. Seria uma forma de acessar algum aspecto do cliente, de forma individualizada.
Para esse encontro abordaremos somente as vivências em grupo, rodas e círculos, como forma terapêutica e não terapia.
Sendo as vivências coletivas formas de nos conectarmos com outras pessoas e experiências, onde podemos refletir e ressignificar nossas experiências através do outro.
O terapeuta precisará refletir e organizar essa atividade, tendo a flexibilidade para os rumos que às vezes podem ser mudados conforme a dinâmica do grupo.
Uma boa liderança é fundamental para uma boa vivência, saber o seu momento de guiar e seu momento de ser guiado pelo grupo é uma linha tênue, mas com a sensibilidade em atenção, saberá bem como se portar no grupo.
Seja gentil, atento e amoroso ao se expressar, tenha empatia a fim de se conectar com seus colegas. Tenha clareza nas falas a fim de evitar más interpretações.
Propósito do encontro é a escolha do tema ser abordado, das pessoas que você deseja reunir, o tempo que deseja que esse encontro tenha e que tipo de vivência deseja conduzir. Parece uma tarefa difícil organizar esse encontro, mas não é.
Coloque tudo em sua agenda, sinalize as partes práticas (tema, espaço físico, materiais da vivência, mesa de quitutes, decoração e seu público alvo, orçamento do encontro e valor de venda – ou se será gratuito, divulgação e publicidade).
Após a parte administrativa, montar seu material da vivência, organizar os pensamento é uma forma de ir desenhando o encontro e facilita até mesmo para montar apostilas ou textos de divulgação.
Eu gosto muito de vivências em grupo por ser uma forma de conectarmos com outras pessoas, de forma leve e aberta, sendo então uma ferramenta terapêutica.
Gosto de estar a disposição das pessoas, de conhecer suas histórias e ajudar a levar um pouco de leveza a sua jornada. Então sempre realizo vivências que a base seja amor, gratidão e resgate de ancestralidade.
Na minha visão não é uma terapia, mas uma forma de sentirmo-nos pertencendo à algo. Nos conectando com sentimentos e ressignificando os mesmo.
Não importa qual o tipo de vivência irá montar, se será para um grupo pequeno ou grande, a base desse encontro é a psicoterapia, com o conhecimento aprofundado dos conceitos básicos para manter um grupo com equidade, cumplicidade, harmonia e sincronicidade.
Abaixo eu sinalizo os conceitos que acredito ser os que mais encontramos nos grupos.
Sincronicidade
Jung nos apresenta esse conceito, onde explica que existe coincidência, mas quando essa acontece e tem um significado para quem a vivenciou, essa seria a sincronicidade. Um sentimento interno encontra em uma reação externa a resposta para aquele estado psíquico. Podemos então entender que nas casualidades da vida, nos alinhamos com pessoas ou situações, que nos apresente de forma externa o que sentimos no nosso íntimo.
Projeção
Freud nos apresentou esse conceito para nos explicar que às vezes projetamos no outro algum sentimento, desejo ou repulsa. Mas que na grande maioria das vezes são aspectos nossos que não desejamos assumir, absorver.
Sombra
O medo de olhar para dentro, de passar na jornada do autoconhecimento é um dos maiores pilares do estudo psíquicos.
Vivências – Círculos
Vivências podem assumir vários propósitos e configuração. Uma plataforma animada de comunicar-se com pessoas que estão buscando o seu conhecimento, se reconectar com a sua própria essência e aprofundar num tema.
Resgatando e reconectando com sua própria essência facilitará nessa conexão com os demais participantes, ao ouvir aprendemos mais sobre nós do que do outro.
Pode ser um encontro único ou com regularidade acordada pelo grupo. Tudo depende do propósito e disponibilidade do condutor do grupo.
Apresentamos algumas configurações de círculos de grupos, ficarei feliz de compartilhar com você as minhas impressões sobre essas configurações e também em saber um pouco das suas experiências.
Círculos Femininos
As vivências de Sagrado, normalmente realizadas em círculos de mulheres, encontros onde são abordados diversos temas. Cada condutora ou mestra, segue um método para transmitir seu conhecimento e auxiliar nessa reconexão.
Nas vivências, cada membro realizará diversas atividades, sendo as mais comuns: meditação, danças, estudam as deusas e arquétipos, discutem sobre cuidados naturais para a saúde da mulher, conhecem as ervas para banhos e chás.
Círculos de estudos
Esses encontros acontecem normalmente de forma periódica, pois são para estudar algum tema em especial ou um autor/livro que será estudado. Muitos grupos mudam a cada encontro, ou seja a cada encontro analisam um aspecto diferente do tema inicial. Na nossa área de atuação os grupos mais comuns de estudos são de psicoterapia, pois a cada encontro abrimos uma vertente de análise. E em casos, não tão raros, são encontros únicos a fim de abordar de forma linear o tema.
Círculos de dança
Uma das vivências que gosto muito, mas sempre começo de forma super tímida, e com o desenrolar da atividade, vou me sentindo segura e completa, super recomendo essa atividade, é muito feliz! Temos círculos de dança circulares sagradas, círculo de dança do ventre terapêutica, dança na terapia feminina/masculina, enfim uma infinidade de grupos. Acredito que as pessoas que o conduzem estudam a ancestralidade da dança para transpor a mesma para uma dança terapêutica, a fim de incluir comandos afetivos e pontuais na dança.
Grupo de Meditação
Num grupo de meditação guiada que começou a minha jornada no mundo do holismo, razão pela qual tenho um apego emocional com essa modalidade. Gosto muito de grupo de meditação parece ao meu ver, que a energia torna-se intensa, como se tivéssemos no consciente coletivo que o Jung nos apresenta, para mim é uma forma de resgatarmos a nós e auxiliar os demais. Existem diversas forma de meditação e com isso algumas delas normalmente são realizadas em grupo com um guia a fim de tornar a experiência prazerosa a todos.
São tantos grupos que podemos formar, tantas formas de partilhar esse contato com o outro, de nos conhecermos quando exercitamos o escutar as palavras, gestos e o silêncio. Quando aprendemos a falar com e pelo outro. Quando aprendemos a compartilhar.
Para completar essa experiência, separei duas das minhas vivências que senti um prazer imenso em participar, colaborar e estar presente para aprender com cada uma das participantes.
Agradecimentos
Agradeço a oportunidade de estar com você na data de hoje, pela partilha, pela conexão, pela entrega e trocas! Que possamos ter mais vezes esses encontros! Sucesso a todos nós!
Fabiana Vieira
CRT 48739
Terapeuta Holística
\fabivieira.terapeuta
@fabivieira.terapeuta
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